domingo, setembro 03, 2006

Gatos vs Cães (ou vice-versa)

Vou tentar aqui esclarecer a grande questão que se põe a um casal quando vai morar para a primeira habitação em conjunto.

Cão, gato ou filho?

Partindo do pressuposto que o casal em análise é jovem e ainda quer curtir a vida antes de se meter no investimento sem retorno que é um filho, a questão resume-se à escolha entre um cão e um gato. Obviamente que há quem escolha os dois, mas pelo menos para mim, isso é como misturar fenol e um dedo, dói pra caraças! (Acredito que o combo unha de gato e dente de cão deva ser o mais devastador para a mão humana possível)

Claro que normalmente não somos nós que escolhemos o animal, mas ele que nos escolhe a nós. Quando vemos um gato bébé a erguer a pequena patinha para nós, ou o cachorrinho a olhar para nós com olhos tristes, sabemos lá o que vai por trás daquelas cabecinhas.
Imagine-se na posição destes animais:
Gato - Olha Alberto (aparentemente os gatos e os cães gostam de se tratar pelo primeiro nome, uma questão de educação), lá vem mais um casal de totós (o equivalente gatês para a palavra humano) que nós vamos poder chular, passar as pulgas e mijar nas flores.
Cão - Pois é meu caro Alfredo (note-se na elegância do trato do cão, ao contrário do que é esperado), um casal de otários (o equivalente canês para a palavra humano) a quem nós poderemos indubitavelmente exaurir a fonte de rendimentos, inocular com animais da ordem Siphonaptera (pulgas) e mictar nas plantas.
Gato - Nunca percebi muito bem porque é que estes totós nos levam para casa. Em todo o caso deixa cá aplicar a técnica 32b. de sedução de totós.
Cão - Meu caro Alfredo, essa técnica não é rival para a minha 23f. de aliciamento de otários. Repara como eles olham para mim, não vão resistir!
Gato - Eles parecem indecisos, que tal fazermos um compromisso para eles nos levarem aos dois?
Cão - A mítica técnica 34g.? Eu deitar a minha cabeça em cima do teu lombo ao mesmo tempo que tu brincas com o prolongamento da minha coluna vertebral (cauda, os cães são dados a este género de verborreia)?
Gato - Nem mais!

Casal - Olha aqueles dois tão fofinhos, temos de os levar!

Como pode ver, assim somos manipulados diariamente pelos que nós apelidamos, animais de estimação. Garanto-vos, a única estima que eles têm por nós é quando lhes enchemos a marmita com o necessário alimento. Sem o sabermos, fomos parte de uma macabra conspiração e uma manipulação desregrada.

É por essas e por outras (designadamente falta de espaço) que não tenho cão ou gato. (A alergia também desempenha o seu papel fulcral.)

1 comentário:

Tii disse...

É mesmo preciso escolher quem adoptar, se um cão, um gato ou um filho? Já não basta termos tomado a dificil decisão de adoptar um marido??? =D