quinta-feira, agosto 31, 2006

Praia


Acho a praia algo de fabuloso, quem vai lá vê tudo. Desde o Sr. Silva que limpa as ruas à noite até ao Sr. Silva que todos conhecemos, todos têm o mesmo dom, a capacidade de perder toda a vergonha num local frequentado por imensa gente que vai para ver ou ser vista. Agora a questão que eu ponho é: Se na praia somos capazes de usar aquele fenómeno da evolução têxtil que é a tanga, porque diabos é que toda a gente se sentiria mal em aparecer em público de cuecas? Será uma questão de contexto? Será natural podermos andar praticamente despidos num local e 100 metros à frente podermos ser presos se andarmos do mesmo modo? Além de sermos descriminados nos restaurantes e bares (não entra gente de bikini ou calção de banho). Se por um lado isto faz sentido por uma óbvia questão de higiene, então também deveriam proibir a gente mal-cheirosa de andar de autocarro ou de entrar em sítios públicos sem lavar a massa de sebo e fios de polissacáridos compostos (peroxidados ou não) a que chamam de cabelo.
Isto são coisas que quase ninguém questiona (provavelmente por serem estúpidas) mas têm tanta validade como tentar saber como criar células estaminais sem destruir o embrião!!!
Outra das coisas que me agradam sobremaneira na praia, e que ela nunca descrimina, a areia agarra-se e arranha a pele a todos sem preocupações éticas, étnicas e financeiras. A areia é a democrata por excelência, ela e a água sua fiel companheira.

Por isto e tudo o resto, acho a praia algo de fabuloso.

Levanto-me de manhã...

Levanto-me de manhã, pego no meu telefone preto e digo olá ao mundo.
Olá teclado numérico,
Olá microfone,
Olá microprocessador,
Olá cabo de fibra óptica,
Olá computador que redirecciona a minha chamada,
Olá a todos.

Por cada pessoa que pega num telefone preto neste mundo há outra que pega num outro telefone de cor diferente.